Trinta e Três
E de manhã lá estás tu no espelho da casa de banho à tua espera. Tu, que de manhã demoras tempo imenso a reconhecer-te num homem que nem te imita os gestos, fá-los ao mesmo tempo.
Querias crescer depressa…. aí tens. O que perdeste, o que ganhaste? Vistas as coisas, cresceste mais depressa do que imaginavas e no entanto, tudo foi tão lento antigamente. Horas infinitas a olhar o sol enquanto nasce, embrulhado em papel celofane, ao que o meu avô apelidava de “espreitar o sol”, empoleirado no pequeno muro à entrada de casa, via o frio da manhã desaparecer ao mesmo tempo que o horizonte destapava o manto branco do orvalho para dar lugar ao pijama colorido em tons de verdes, vermelhos e amarelos. O tempo entre aniversários era quase infinito.
Aquilo que costumavas chamar de circunstância, não passa, muito simplesmente, do que consentiste que a a vida e as pessoas te fizessem. Aos vinte anos julgavas que o tempo te resolvia os problemas… aos trinta e três dás-te conta que o tempo é que se torna no problema.
Foi apenas o teu passado que se foi embora, na carruagem de primeira classe e que agora acaba de passar pelo túnel para desaparecer no escuro. O teu presente ficou, isto é, ir ao bar da estação, sem tirar o lenço da algibeira, sem saudade, sem remorso…sem pena. Tudo valeu a pena, mas o tudo não acabou.
Foste tu que começaste esta estória… cabe-te a ti continuar a escrever… (TS)
Querias crescer depressa…. aí tens. O que perdeste, o que ganhaste? Vistas as coisas, cresceste mais depressa do que imaginavas e no entanto, tudo foi tão lento antigamente. Horas infinitas a olhar o sol enquanto nasce, embrulhado em papel celofane, ao que o meu avô apelidava de “espreitar o sol”, empoleirado no pequeno muro à entrada de casa, via o frio da manhã desaparecer ao mesmo tempo que o horizonte destapava o manto branco do orvalho para dar lugar ao pijama colorido em tons de verdes, vermelhos e amarelos. O tempo entre aniversários era quase infinito.
Aquilo que costumavas chamar de circunstância, não passa, muito simplesmente, do que consentiste que a a vida e as pessoas te fizessem. Aos vinte anos julgavas que o tempo te resolvia os problemas… aos trinta e três dás-te conta que o tempo é que se torna no problema.
Foi apenas o teu passado que se foi embora, na carruagem de primeira classe e que agora acaba de passar pelo túnel para desaparecer no escuro. O teu presente ficou, isto é, ir ao bar da estação, sem tirar o lenço da algibeira, sem saudade, sem remorso…sem pena. Tudo valeu a pena, mas o tudo não acabou.
Foste tu que começaste esta estória… cabe-te a ti continuar a escrever… (TS)
Ainda és um miúdo...
ResponderEliminar